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Memórias literárias - OLP 2019

  • espacodoleitor2019
  • 15 de ago. de 2019
  • 2 min de leitura

Meu cavalo imaginário


Quando era criança, ocupava meu dia indo para o roçado cultivar a plantação com meu pai; depois, para a escola e, quando chegava, brincava com meus amigos. Minhas brincadeiras preferidas eram esconde-esconde e correr em meu cavalo imaginário.

Com um cabo de vassoura, simulava meu cavalo. Com ele, apostava corridas como um bom vaqueiro e ganhei muitas apostas, tornando-se um talento entre a molecada de minha época.

No roçado ou na escola, não esquecia meu companheiro. Ele era meu xodó. Só o abandonei quando fui crescendo, tornando-se adolescente. A mudança de fase tirou ele apenas de minhas mãos, mas jamais de minhas lembranças. Continua meu animal de estimação.

Quando me tornei jovem, pensei em comprar um cavalo de verdade. Pensava em viver realmente as aventuras que meu cavalo imaginário me proporcionou. O sonho não se realizou. Já possui uma bicicleta e uma moto, mas não esqueço do meu cavalo imaginário.

Meu cavalo imaginário fez da minha infância um tempo feliz. Tínhamos amigos e brincávamos de verdade. Isso fazia com que adorássemos o sítio onde nascemos.

Hoje, quando volto lá, recordo daquela estrada cheia de moleques correndo em torno de cavalos de pau improvisados, levantando a poeira e puxando gritos de campeão. Dos olhos correm lágrimas e enche meu peito de saudades do meu cavalo imaginário que me orgulhava de ser seu dono por me tornar o melhor cavaleiro mirim da minha infância.


Autora: Laura Batista dos Santos.

Memória literária produzida com base na entrevista dada pelo o senhor João Paciência, 60 anos.

A escolinha que me fazia feliz


Quando criança, todas as manhãs, acompanhava meu pai para o roçado, pois eu e meus irmãos precisávamos ajuda-lo; nossa condição financeira era muito pouca. Com isso, todos davam as mãos para que nada faltasse em nosso lar.

Meu pai não valorizava a educação. Mesmo assim, ia escondida para a escolinha que ficava no sitio Serra da Gruta onde morávamos. Várias vezes fui repreendida por isso. Graças a essa desobediência que consegui aprender a fazer meu nome, escrever uma carta e ler um pouquinho.

Também não tínhamos o direito de brincar com as nossas irmãs e as garotas, nossas vizinhas. Mesmo assim, encontrava um jeitinho. Quando todos iam dormir, aproveita para brincar no escuro com as bonecas que fazia de pedra e sabugo de milho.

Antes do sono chegar, pensava na professora. Achava bonito ela falando e lendo para nós ouvirmos. Era muito dedicada, mas quando os colegas a desobedecia, ela colocava de castigo.

Gostava da escolinha, pois era o único lugar onde me encontrava com minhas amigas, além de poder aprender o que sei. Hoje, observo que as crianças têm o direito de estudar, seus pais querem, motivam e apoiam. Mas, a maioria não demonstra ter o que tinha e não foi aproveitado: desejo de estudar e aprender. Aquela escolinha, guardo nas minhas lembranças com muito carinho, pois nela aprendi e bons momentos vivi. Ela me fazia feliz.

Autora: Synde Elohisy Porto de Vasconcelos

Memória literária produzida com base na entrevista dada pela senhora Luzinete Amélia de Vasconcelos.


 
 
 

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